terça-feira, 20 de março de 2012

Eu me sinto super feliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu,,,

Me perguntam, assim, o que tu achas de tal coisa. Pô, eu não sei o que eu acho. Na hora eu acho uma coisa, meia hora depois eu posso achar outra. Eu não tenho opinião definida sobre nada. Não acho que isso seja insegurança. Acho que é abertura, acho que tudo é passível de uma outra interpretação.]

(…) Eu fico completamente baratinado quando começam a me perguntar o que vai ser, o que vai acontecer com uma tal coisa. Sei lá, eu não sei onde é que eu vou estar amanhã. Eu sei o que eu to fazendo hoje, agora, o resto não interessa. Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade.

(…) A gente ta se perdendo todos os dias, pedindo pra pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega. Eu nunca vi porque evitar a fossa. Se a fossa veio é porque tinha que vir, o negócio é viver e tentar esgotar ela. A gente, quando tenta analisar qualquer problema, sempre vai se aprofundando, aprofundando, até que chega nesse fundo que é amor sempre.

(…) A gente sempre procura um amor que dure o maior tempo possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Esse espaço branco entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa alguma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo porque não aguenta o fato de estar sozinho. Eu me sinto super feliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu. (…)
Caio Fernando Abreu

Dos dia-logos (2)

- Eu sou muito sincero.
- É mesmo? Que pena.

segunda-feira, 19 de março de 2012

terça-feira, 13 de março de 2012

Dos dia-logos

Eu: - Mas quantos filhos a senhora tem?
D. X: - Tenho três.
Eu: - Certo, então vamos fazer o cadastro dos meninos? Quantos anos tem esse e esse?
D. X. : 8 e 6.
Eu: Cadê o outro?
D.X.: O outro morreu quando tinha 2 anos, foi o meu primeiro filho.
Eu: Ah, então esse de 8 anos é o seu mais velho...
D. X: Não, este continua sendo meu filho do meio



Daquelas coisas que a gente escuta e alguma coisa muda.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Dona Palmirinha na cozinha - Barquinhas recheadas


Domingo é dia de que? Sim. De comida.
Não que os outros também não sejam, mas é que domingo é aquele dia em que  a gente acha que nosso organismo desligou o contador de calorias e tudo vira light e se joga nos carboidratos!
Encontro cozamigos – espumante – belisquetes – mousse de alho com torradas, ovinho de codorna- já disse que é domingo? Domingo, pode.

E Barquinhas!
A princípio acredito que vocês queiram perguntar: Gabriela, tu vai me ensinar a fazer pão com queijo assado?
Dã. Não é isso. Respeite as minhas barquinhas. Logo já descobrirá a gostosura que é isto.
Você vai precisar de:
Pão do dia
Azeite
Leite
Manteiga
Noz moscada *opcional
Batatas
queijo
presunto
tomate
E vários recheios de sua preferência.

Liga o forno para esquentar. (O pulo do gato para torradas perfeitas que só douram e não queimam é manter o forno o tempo todo a 180ºC). Enquanto isso, descasque 6 batatas médias (rendeu para 14 barquinhas) e põe pra cozinhar em água com sal.

Forno ligado, batatas no fogo. Agora vamos limpar a bagunça da pia e cortar pão. Corta no sentido do comprimento e retira o miolo. (Cuidado na hora de cortar o pão, se não tiver faca específica para cortar pão, use aquelas facas de mesa serrilhadas e segure o pão delicadamente, ele não pode amassar)

Forno ligado, batatas no fogo, pães cortados. Vamos facilitar a nossa vida e separar os recheios. Você pode usar o que quiser. Nesse dia, tinha desde o bom e velho queijo+tomate+presunto ao glamuroso de presunto de parma + cogumelo + queijo faixa azul. Então aproveitei essa espera das batatas e cortei em pedacinhos o presunto.

Pega uma forma e unta ela só com azeite. Pega seus pãezinhos e coloca na forma e manda pro forninho por uns 20 minutos.

Batata cozinhou bem? Se sim, agora vem o TCHAM das barquinhas para que não sejam chamadas JAMAIS de pão com queijo assado. Isso mesmo que está deduzindo cara amiga caminhoneira. Faremos purê de batata!

Se não souber fazer purê, volte pro final da fila do matrimônio. Você não tá pronta. Não se pode casar sem saber fazer purê de batatas.  Então se já sabe, pula o parágrafo, se não, senta que vou te dizer:

Batatas cozidas? Escorre. Agora arruma um espremedor. Se não tiver, vai de garfo mesmo e amassa as bichinhas numa vasilha. Põe umas duas colheres generosas de margarina das boas e vai derramando leite até adquirir toda uma cremosidade. Noz moscada é a cara de purê de batatas. Raspa um tico que verá a diferença que faz. Volta panela pro fogo e continua mexendo. Quando o purê começar a desgrudar da panela, desliga, mexe mais um pouco, e está pronto.

Acho que já dá tempo de tirar os paezinhos do forno, espera esfriar um pouco e olha que pecado:

Sim, é bem isto que você acabou de deduzir de novo, você vai rechear os miolinhos vazios de pão com purê de batatas. Fica uma coisa meio Baked Potato do Paraguai, só que melhor, pq tem "cocrância".
(cocrância= crocante)

Agora é brincadeira de criança. Recheou os paezinhos com o purê? Pega uma fatia de queijo mussarela e corta ao meio para ser a "tampinha" e joga por cima o que quiser. Neste dia usei:

1) queijo+presunto picadinho + tomate em cubinhos temperados
2) Presunto de parma + champignon + alcaparras
3) Champignon + alcaparras + lascas de queijo parmesão
4) Salame cortado em tirinhas + azeitonas + alcaparras

E pra ficar bem criminoso, em alguns ainda povilhei queijo parmesão faixa azul ralado por cima.

A vantagem desta receita é que você pode deixar todas as barquinhas assim, semi-prontas e só quando ozamigos chegarem, beliscarem, beberem é que você põe elas de volta no forno.

Agora imagina uma noite acompanhada de um espumante geladinho, música boa e barquinhas quentinhas com queijo derretido e purê de batatas "cremogemando" na sua boca?

sábado, 3 de março de 2012

Dona Palmirinha na cozinha - Pé de moleque

Não sei se é Pé-de-moleque ou pé de moleque. Whatever. O fato é que eu nem gosto de pé-de-moleque, mas acordei e decidi que TINHA QUE saber fazer pé-de-moleque ou então o mundo poderia terminar antes de 21 de dezembro de 2012 (a data é essa mesmo?) . Então eu fiz. Vai que... né? 
Coisa boba de tão fácil. Coisa linda de gostosa.
Você vai precisar de:
3 xícaras de açúcar refinado
Meio quilo de amendoim com pele
2 colheres de água
1 lata de leite condensado
1 pitada de bicarbonato de sódio
Sua empregada


Você ainda vai precisar de uma panela alta. Joga as 3 xícaras de açúcar (para quem é de doces não muito doces) mas quem for de doce mais doce que o doce da batata doce, sugiro colocar mais uma xicarazinha.
Então, despeja o açúcar na panela. O amendoim e duas colheres de água. Mexe. Mexe muito. Em fogo baixo. Por uns 20 minutos. A sua imagem tem que ser igual a esta, senão é pq vc já fez bobagem.


Vai chegar uma hora que você vai desesperar. Vai dizer: PQP, não vai dar certo, não tá caramelizando, Gabriela me fez gastar açúcar refinado!
Aliás, quer uma dica boba de tão boa que eu só lembrei quando cheguei do mercado? Cê não precisa comprar açúcar refinado que me custou 4 paus. Pega seu açúcar que custa dôrreal e passa no liquidificador. Depois peneira. Pronto. Açúcar refinado.  
Voltando. O negócio demora a caramelizar. Calma. Vai dar certo. Não caia na tentação de pôr mais água que vai endurecer tudo. Persista-no-açúcar-que-demora-a-caramelizar. Persista na vida. Persista na cinta do Dr. Rey. No começo parece que nunca vai funcionar, mas vai.
O açúcar caramelizou? Tem ficar maomenos assim, ó:

Na verdade esta é a metade do processo. Ainda tem açúcar empelotado, tá vendo? Tem que virar CARAMELO.

Quando chegar neste ponto, despeja a lata de leite condensado. Não assusta. É normal que borbulhe, que a coisa suba. Por isso, use colher de pau. Coloca uma pitada do bicarbonato. Mistura. Mexe um cadinho e desliga.
Agora vem a sacanagem: 10 minutos mexendo sem parar. Longe do fogo. Mexendo. Mexendo. Deve ser para dar cremosidade, não tenho certeza.
Aí entra a empregada diva salvadora da pátria. Você suborna ela e pede para que ela unte uma forma baixa e quadrada com óleo e farinha enquanto você está lá mexendo aquela coisa que vai grudar em todas as partes do seu corpo. Despeja o tijolo de moleque (pense num trem que fica duro) na forma (se você conseguir), espera esfriar, corta em quadradinhos e só. O resultado é esta lindeza:


Façam. Até eu que não sou de pé-de-moleque, curti.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Provérbio Mineiro

Ser verdadeiro é tão simples que a gente tem que dar uma "conferida" pra ter certeza que as pessoas merecem.

(CATIZANI, O oráculo)